Sobre.

Estou aqui para compartilhar meu amor pelo conhecimento, discutir assuntos de atualidade, um pouco do meu trabalho como historiadora e meus livros, filmes e músicas prediletos.

 

57 comentários sobre “Sobre.

  1. Obrigado, Anna.
    Sim, eu vi teus vídeos sobre o tempo. São interessantes. A contagem do tempo e o sentido de poder. Os diversos tipos de tempo que existiram no mundo. O calendário lunar. O calendário chinês.
    Aliais li um comentário critico sobre o calendário chinês. Uma brasileira que chefiava (ou chefia), uma empresa na China, além de criticar o China, arguia que o povo chinês era muito supersticioso em relação a estações do ano. Pois achava estranho seu chofer deixar o aquecedor do carro ligado, mesmo no calor, porque a estação era inverno. Ela achava ignorância do povo chinês.
    Mas esta senhora não sabia que os chineses cultivam um respeito enorme por aquilo que se convencionou de ser chamado cultura milenar. Por exemplo, os chineses, até pouco tempo atrás, no verão não tomavam água gelada o verão. Eles mornavam a água, no verão para ser bebida. A medicina hoje comprovou a eficácia dessa técnica, pois se o corpo toma água gelada, vai produzir mais calor, para se aquecer. Isso desregula a temperatura do nosso corpo…
    O que esta senhora mostrava era a incapacidade de se colocar no lugar do outro. Estava muito centrada em sua cultura, para poder enxergar as outras culturas. E por isso não se importava de explorar os chineses, enriquecer-se pela exploração de trabalho.
    Desculpe, Anna, o me desabafo. Mas há coisas que me deixam indignado, como a soberba das pessoas.
    Os chineses dividem as estações (ou será cinco? ) estações o ano. Acreditam que o inicio do ano se dá na primavera, porque é época de nascimento. A terra desperta. No dia primeiro de primavera acontece a maior migração do planeta terra. Esse é o único feriado oficialmente reconhecido na China.
    O sábado e o domingo não são feriados na China. Aliais nem sei se lá dividem o calendário como nós dividimos em semana.
    O budismo, o taoísmo…não trouxeram isso que o cristianismo convencionou de consagra como dias santos. E embora não me agrade o cristianismo e nem acredite nele, tivemos a sorte de deus ter descansado no sétimo dia e de jesus ter ressuscitado no primeiro dia.
    Bom, se tiver alguma coisa sobre o calendário chinês, por favor me mande a bibliografia. Quando você comentou no outro vídeos sobre os diversos tipos de calendário, deixou-me curioso sobre o calendário chinês. Procurei algumas bibliografias, mas elas são contraditórias. Uns dizem que é cinco estações, outros dizem que são quatros. Algumas dizem que tem semana, outras que são dia transcorrido sem divisão. Parece que houve uma mudança no calendário chinês por conta de Mao…. Mas tudo muito confuso.
    Sugeriu-me que estudasse francês. Obrigado pela sugestão, mas ainda não sei como organizar-me para isso. Já percebi a necessidade de aprender o francês…
    Mas o que eu queria saber, nesta minha mensagem é sobre o conceito de identidade dentro da história. Você falou em alguns vídeos as palavras identidades histórica. Mas não ficou claro o que seria isso. O que é identidade? o que você quer dizer sobre identidade histórica?
    Não me lembro quais vídeos você mencionou estes termos. Pois foram muitos os vídeos que assistir.
    Fui procurar alguma coisa, mas a noção de identidade esta muito ligada a opção sexual. Identidade sexual. Talvez pelo estudo de Freud. Mas de identidades históricas, não achei nada. Achei alguma coisa, mas nada profundo.
    Poderia dizer-me alguma coisa sobre isso. Gosto de seus comentários, pois eles me faz refletir sobre o assunto.
    Acho que agora conseguir enviar para o lugar certo, meus comentários.
    Obrigado,
    Jean

  2. Professora, boa noite!

    Tenho muito prazer em assistir aos seus comentários aqui no “Cantinho da História”. É óbvio que não concordo com tudo que a senhora diz. Mas, respeito e aprecio o contraditório: creio que o homem se faz, também, por isso. Tenho uma sugestão quanto a questão do áudio: não poderia ser mais alto?

    Muito grato, pela dedicação e espírito empreendedor em relação à história do homem.

    Carlos Nascimento

    Prof. da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia

    • Oi Carlos, desculpe a demora em responder, obrigada por sua mensagem, meu problema com o áudio se devem ao caráter amadorístico da filmagem. Para melhorar deveria ter um microfone profissional e isolamento acústico. De momento não tenho muita alternativa de melhoras. 🙂

      • De qualquer forma, a qualidade dos conteúdos, a prudência nas abordagens e a generosidade intelectual se sobrepõe aos detalhes técnicos.

  3. Boa tarde, professora!
    Eu queria saber se existe a possibilidade de você falar sobre o texto de Giovanni Arrighi, O longo século xx, sobre a questão de hegemonia e dominação. Eu faço Geografia na UERJ e admiro muito seu trabalho.

  4. Prezada Anna,

    Sou ignorante em história e ser ignorante é um grande perigo pois podemos ser presa fácil para uma boa cantada intelectual. Sou seu fã e, falhos que todos somos, se você cair num buraco eu vou atrás e caio também…rs. Mas não importa, meu sexto sentido me diz que você tem muito a contribuir e é do bem, o que é muito importante.

    Já fiz propaganda sua pro Mário Sérgio Cortella, de quem primeiro puxei as orelhas quando ele falou bobagem no Jornal da Cultura. Depois ele tornou a falar bobagem e desta vez eu rasguei a chita com ele e ele não respondeu. Eu disse que tudo me indicava que ele é um intelectual a serviço do stablishment.

    Achei ótimo quando revi um dia desses no Youtube uma entrevista (acho que de 1996 ou 98) do saudoso Milton Santos no Roda VIva quando ele falou dos “intelectuais” do CEBRAP, numa crítica a FHC, que tiveram seus estudos financiados durante a ditadura, e falou do livro “A Traição dos Intelectuais”. Deu vontade de indicar ao Cortella mas não vou perder meu tempo com ele, de quem eu era fã e hoje acho um grande babaca, se me permite o termo.

    Falei de você também pro Leandro Karnall da Unicamp. Deste eu gosto mais pois é bem azedo nas análises e “corta feito faca a carne de vocês…” (Belchior). Comungo com ele a ideia citada de algum filósofo que agora não lembro o nome, de que o projeto da humanidade é um projeto falido. Sinceramente não vejo esperanças para o mundo.

    Adoraria me organizar melhor para estudar história, filosofia, ciência, astronomia, etc e tal. Perdi muito tempo na vida com coisas inúteis e agora com 50 fico perplexo com minha ignorância mas enfim….agora é juntar os cacos e tentar montar ao menos um copo para não morrer de sede até vestir o paletó de madeira.

    Gostaria de duas (várias) coisas:

    1. Assisti a um vídeo muito bom chamado “Chomsky e Cia”, produzido por uma equipe de reportagem da França (passa da TV Escola e deve estar no Youtube) sobre este filósofo norte-americano que dizia acreditar na forma de um Estado parecido com o que seria aquele composto pelos “Sovietes” autênticos e disse que Lênin e Trotsky é que destruíram os verdadeiros “Sovietes”. Ele dizia (não sei a data do vídeo) que o futuro estava na América Latina em que os trabalhadores estavam tomando o poder (mostra a as revoltas da Bolívia que imagino que foram as que culminaram na eleição do Evo Morales, e por tabela o Brasil com o PT das primeiras horas). Ele fala da analogia da gaiola, que você certamente conhece. Que não tinha jeito, que a gaiola era o Estado a nos proteger das corporações predadoras, e que o certo era se alargar a gaiola e não sair dela, pois seríamos devorados pelos lobos. Essa analogia da gaiola foi mesmo desenvolvida na América Latina? Imagino que o Chomsky, como todos nós, deve ter se decepcionado com o rumo das nossas esquerdas latinas, não?

    Pergunta: Você poderia nos falar sobre os “Sovietes” e também sobre sua impressão sobre o Chomsky?

    2. Passei a assistir diariamente ao Jornal da Cultura, mais por causa dos analistas que comentam as notícias. Sou fã do Marco Antônio Villa (se ele tiver algum podre, me avise, tá?) mas como o âncora é o William Correia, cria do Dr.Roberto, não dá para esperar muita coisa. Como dizia o Chico Anysio, acaba sendo um tipo de “imprensa marrom,,,,,marrom glacê”. Já escrevi isso e não me responderam.

    De vez em quando aparecem uns ETs na bancada, certamente atendendo a algum interesse espúrio dos bastidores que me revoltam. Outro dia veio o Washington Olivetto, fazer o quê, não sei. Aí ele quis dar uma de gostoso dizendo que tem por princípio não celebrar contrato com os governos e que no Natal faz campanha publicitária gratuita para o Hospital do Câncer de Ribeirão Preto. Ahhh…..não tive dúvida: estava com o twitter ligado e sapequei na hora: “De que adianta fazer caridade no Natal e passar o ano inteiro vendendo lata de merda com sabor goiabada?” Pergunta se responderam.

    Ando meio cansado, mas preciso me manter atualizado com as manobras políticas e a crítica econômica. Eu sei que há blogs excelentes na web mas são de guerreiros solitários e acabam ficando desatualizados. Eu imagino que manter um blog diário deva ser algo caro.

    Pergunta: Você conhece algum blog/jornal alternativo para nos mantermos atualizados sobre o dia-a-dia sem ter que engolir muito lixo? Lixo nenhum deve ser impossível…

    Grande abraço e parabéns pelo seu trabalho voluntário. Adoro a frase que diz: “Não há nada mais forte que o coração de um voluntário”.

    Júlio Bessa
    Brasília-DF

    • Bom dia Júlio 🙂 Obrigada pela sua mensagem, vejo que você aproveita bastante os recursos da internet para interagir com quem produz e divulga conhecimento. Sobre os professores daqui que você mencionou, não me cabe comentar porque seria uma falta de ética, a minha opinião sobre cada um deles é algo pessoal e eu respeito o trabalho de todos, mesmo quando não concordo com algumas atitudes. Mas eu diria que o Karnal é (dos três) o mais consistente do ponto de vista intelectual. 🙂 Gosto do Chomsky e já assisti muito material sobre ele no YouTube, além do fato de que meu marido tem vários livros dele aqui em casa. Eu sou comunista, e embora tenha uma certa afinidade leninista, considero as críticas do Chomsky pertinentes. Mas não sei se o modelo anarquista de sociedade que ele propõe é factível em sociedades com o nível de complexidade que nós vivemos. A presença do Estado, por mais perniciosa que seja, ainda é uma garantia de mediação nas relações humanas, o exemplo que sempre dou para quem prega a extinção do Estado é a Somália. Sem a mediação do Estado, é a lei do mais forte, de quem tem armas, poder e homens para impor sua vontade. A humanidade dificilmente teria condições de evoluir para sociedades igualitárias por vontade própria, sem a regulação das instâncias republicanas. Eu sempre fui uma grande fã do Prof. Milton Santos, que conheci pelos corredores da USP e que sempre era muito gentil com todos nós. Foi uma grande perda porque homens daquela dimensão humanista e inteligência brilhante são muito raros. Vou anotar suas sugestões e ver se consigo viabilizar, mas pode demorar um pouco porque minha produção é totalmente amadorística e depende da disponibilidade que posso arrancar às tarefas diárias. Uma sugestão que dou é que você não crie expectativas em relação a nenhum de nós, tanto eu quanto meus colegas mais bem sucedidos (com empregos e visibilidade na mídia) somos humanos e passíveis de críticas de todos os tipos. Se você está interessado em formar suas convicções leia muito, pesquise e não dependa da opinião dos blogueiros. É sempre uma grande temeridade pautar-se pela cabeça de outras pessoas, é necessário que você tenha autonomia sempre. Aliás, como eu sempre dizia aos meus alunos: não confie nem em mim, vá checar o que estou dizendo e só se convença de uma informação quando conseguir confirmar através de uma terceira ou quarta fonte. Dá trabalho, mas vale a pena 🙂 porque a verdadeira liberdade é a do pensamento, todas as outras estão sujeitas às normas sociais, mas na sua cabeça quem deve ser o protagonista do diálogo é você!! Um grande abraço 🙂

      • Oi Anna,

        Neste video o Chomsky fala exatamente isso que vc disse. O Estado como unica fonte de defesa da populacao contra as corporacoes predadoras. Por isso a gaiola a nos defender dos lobos. Ele fala da importancia de se alargar essa gaiola ao inves de elimina-la pois seriamos devorados, mas nao houve tempo suficiente no documentario para ele discorrer sobre como se daria essa ampliacao do Estado sem interferir na vida das pessoas. Penso que no Brasil instituicoes como as agencias reguladoras e o ministerio publico sao um aspecto positivo nesse contexto mas a lei das palmadas nao (o Luiz Felipe Ponde que o diga…..ele fica louco com a excessiva presenca do Estado) Mas o Chomsky fala tambem que acredita que o ideal seria os trabalhadores repartirem entre si a gerencia do processo. Como os sovietes foram abafados nao foi possivel avaliar sua eficacia. Um analista frances mais a frente no video “mais ou menos” define o Chomsky algo como um “anarco-socialista”. Para Chomsky, na epoca do documentario, a ideia da gaiola era a melhor alternativa.

        No JC tem bons comentaristas, alguns professores da USP como vc. Gosto da
        Arlene Clemesha. Quando calha dela e o Ponde estarem no mesmo programa as vezes se engalfinham pois ele eh especialista em historia das religioes. Entao o embate de ideias eh muito positivo. Tem o Saldiva tb. Gosto muito dele. Enfim, adoraria que nossos dias tivessem umas 40 horas, tantas as coisas a aprender.

        Tem uma otima do Milton Santos: numa entrevista para o Boris Casoy em que o jornalista desnuda a tipica vaidade e presuncao desta classe ele afirma: “intelectual nao tem patrao”. Ahhh….o Boris nao deixou ele desenvolver a ideia e, para nao sair chamuscado, chamou logo o intervalo.

        Entendo o pouco tempo que vc tem. Acho ate que ja se dedica por demais.

        Grande abraço.

        Julio

        PS- desculpe os erros de digitacao. Sao. 23h e estou deitado e ja bem cansado com o tablet.

      • Bom dia, Júlio! Só para evitar mal-entendidos: eu fiz a minha pós-graduação na USP, mas não sou professora de lá. Esse tipo de privilégio é para poucos. 🙂 Sou uma pessoa simples, com uma vida simples e, embora esteja sempre à procura de uma colocação porque preciso sobreviver, o mundo acadêmico não tem espaço para todos nós. 🙂

      • Anna,

        Uma das várias qualidades que vejo em você é a serenidade com que fala nos seus vídeos….eu sou de pavio curto, falo o que quero à medida que o tom de voz sobe, e não raro levanto da mesa e vou embora…kkkkk…eu sei que isso é péssimo mas é meu temperamento, fazer o quê…tarde demais nos meus 52 anos. Agora, um dado importante: minhas brigas são todas legítimas e quando erro peço desculpas.

        Bom, o que me traz aqui é minha ignorância em termos de História….ao mesmo tempo em que me fascina. A dúvida agora são 2: a Revolução Russa e Karl Marx…..calma…não é pra vc descer sua biblioteca….kkkkk…só algumas pinceladas sobre os temas….aliás, outra qualidade sua é seu poder de síntese….fala pouco e fala de maneira certeira.

        1. A Revolução Russa

        A despeito das atrocidades de Stalin e, de forma geral, característica dos movimentos totalitários, algo que sempre me intrigou, em que pese sua derrocada em 1989, foi a transformação que a Revolução Russa promoveu naquela sociedade, sobretudo em tão pouco tempo, indo de milhões de camponeses analfabetos a uma super potência capaz de rivalizar com os EUA. Isso sempre me deixou estupefato.

        Hoje, analistas fazem gozação, dizendo que os Chineses zombam dizendo que só se fala em comunismo no Brasil, ou que uma senhorinha de Moscou diz que não entende porquê tantos estrangeiros vão comemorar os 100 anos, como de fosse uma festa em sua casa e ela não estivesse presente….que isso não existe mais, etc, etc, etc.

        A respeito disso, envio a você um post que li ontem, muito interessante, e gostaria de um comentário seu.

        https://www.poder360.com.br/opiniao/internacional/revolucao-russa-100-tem-desfile-de-pseudoanalises-sobre-erros-e-acertos/

        2. Karl Marx

        Bom, se a ignorância permeia a Revolução Russa, nem vou me atrever muito a falar de Marx….kkkkk…mas é irresistível….

        A pergunta é: o que existe depois de Marx? Digo isso pois sua análise quanto ao proletariado alienado, a detenção dos meios de produção por poucos, a exploração, a mais-valia, dentre outros, me parece muito atual, em que pese o modelo tecnológico e a organização social serem outros. Quais são as teorias atuais.

        Aproveito para deixar um link de um documentário fantástico a que assisti: “*A servidão moderna*”…imagino que você conheça.

        Este documentário, penso ter se inspirado em outro dos anos 80, sem narração, só imagens e musica….só que agora muito mais ácido.

        Koyaanisqatsi (Copolla e trilha de Phillip Glass)

        É a parte 1/9, mas lá tem as demais….espero que goste!

        Grande abraço,

        Julio

      • Boa noite Julio 🙂 Obrigada por sua mensagem. E obrigada pelas sugestões 🙂 Não gravo mais vídeos, mas tenho escrito muito por aqui. Vou tentar responder aqui e se você estiver animado, podemos manter um diálogo. A Revolução Russa é um marco mesmo e vai ser comemorada em muitos países, inclusive porque ainda existimos comunistas no mundo inteiro, a despeito do deboche da mídia. Muitas pessoas tem a tendência a reduzir a experiência soviética ao Stalin e esquecem que até 1924 pelo menos, a sociedade soviética foi muito mais plural e a participação popular no processo revolucionário foi significativa. Você levantou a questão da alfabetização e essa é uma das ações mais bonitas do processo revolucionário. Nadiedja Krupskaia, companheira de Lenin era pedagoga e conseguiu montar equipes de professores voluntários que, ao alfabetizar alguns líderes comunitários, os transformavam em multiplicadores. Os sovietes locais, no início, batalharam para que as salas de aulas para adulto tivessem uma frequência maior e se tornassem locais de discussão. A Pedagogia era uma prioridade para Lenin tanto quanto a industrialização e a primeira década foi decisiva. Em que pese tudo o que se diz de Stalin, mesmo em seu período mais duro, as universidades funcionavam formando engenheiros e médicos (necessários à construção do país) mas também recebendo estudantes de outros países. É claro que houve uma série de problemas sérios durante o período stalinista, mas eu me pergunto se é honesto creditar ao Stalin as mortes dos soldados soviéticos e dos civis que pereceram durante o ataque dos alemães, ou as pessoas que morreram de fome porque os camponeses da Ucrânia açambarcavam mantimentos. Tenho minhas dúvidas sobre as dezenas de milhões de vítimas do comunismo, especialmente porque os que fornecem esses números raramente estudaram os arquivos soviéticos.
        Com relação ao Marx, devo dizer que as duas primeiras gerações de marxistas não chegaram a avançar muito, com a exceção da Rosa Luxemburgo e do Lenin, cuja produção teórica é excelente. Lenin, inclusive, tem uma crítica ao imperialismo e é o formulador da visão sistêmica de que existem países centrais e países periféricos no mundo capitalista e o modo como eles se relacionam. Do ponto de vista da economia, eu desconheço algum teórico que tenha proposto uma interpretação melhor que a marxista para o modo como as relações de forças entre capital e trabalho se realizam. Do ponto de vista da análise histórica, eu gosto muito dos historiadores britânicos (que se destacaram dos anos 60 para 70) e que eram ligados no início ao Partido Comunista local: E.P Thompson, Christopher Hill, Raymond Williams e E. J. Hobsbawm. Todos eles levaram a análise marxista da História a novos patamares.
        Creio que isso já dá para iniciar a conversa 🙂
        Abraço!

      • Prezada Anna, peço desculpas por não ter respondido seu último post. Você que é sempre tão atenciosa! Estou no maior frejo aqui….mas quarta feira entro de ferias e espero escrever umas “…tortas e mal acabadas linhas…” …rs…enfim, com o pouco que possuo. Pra vc nao ficar brava comigo, deixo um excelente link, de uma resenha de um livro….sou fã desse cara, em que pese o veículo. Grande abraço! Julio

        http://epoca.globo.com/cultura/helio-gurovitz/noticia/2017/12/o-medo-que-ameaca-alemanha.html

      • Prezada Anna,

        Olá Anna,

        Desculpe a demora.

        É com tristeza que digo que não poderei manter um diálogo sobre história com você, embora eu fosse adorar. Por um simples motivo: não vou poder me dedicar ao tema como a oportunidade e, sobretudo, a professora merece. Como te disse, história me fascina mas, como todo ramo do conhecimento, requer dedicação, tempo. E tempo é que menos tenho no momento e daqui em diante.

        Surgiu uma prioridade no meu caminho que é uma 2a. graduação que venho planejando e sempre adiando. E preciso resolver isso logo pois está relacionada a um upgrade na minha profissão. Urgente. Infelizmente não dá para abraçar o mundo com as pernas. Se meu dia tivesse umas 50 horas, certamente História seria uma das minhas favoritas. Mas, como o seu tempo também é precioso, não vou abusar da sua boa vontade para com seus alunos com perguntas tolas e sem poder fazer o dever de casa.

        Existe também uma questão de fundo nesse cenário, e é um complicador a mais, para mim, um leigo, na medida que percebi a disparidade de correntes dentro da História quanto à interpretação dos fatos, quer sob uma análise socio-econômica, filosófica e espiritual, dentre outras. Esse fogo cruzado, muitas vezes fogo-amigo, deve ser um prato cheio para os Historiadores profissionais como você, fonte de reflexões quanto às diferentes perspectivas de se olhar o fato histórico e ir moldando seu próprio entendimento. Mas para mim é fonte de pânico…..rs. Fico perdido.

        Só para te dar 2 exemplos, e acho que já comentei o primeiro com você em outro momento. Caso não, aí vai. Caso sim, fica como repeteco: lendo um artigo sobre a Revolução Francesa, foram mencionadas 3, isso mesmo, 3 análises, opostas em alguns pontos, de 3 historiadores franceses quanto ao tema. Meu Deus!! Se 3 historiadores franceses, que têm o DNA daquela gente, que têm a cultura entranhada em seus inconscientes, para os quais há resquícios de outrora gravados nas ruas por ande caminham, têm visões diferentes, quando não conflitantes, como é que eu fico nessa história? Entende?

        Outro: a Filosofia Grega. Como discutir a grandiosidade dela sem um estudo da Filosofia Oriental de India e China? Nos idos de 500 aC, as rotas de comércio que cruzavam a Terra de leste a oeste, traziam, além de mercadorias, certamente muito conhecimento. E agora? Ontem, assistindo a um vídeo, me informei sobra a invasão dos Hicsos no Egito antigo. Com cavalos. Pelo que entendi, não havia cavalos no Crescente Fértil. Esse povo veio do oriente, assim como a pólvora, o ábaco, a astronomia (assistindo a videos de astronomia, outra matéria que sou fascinado, há registros dos astrônomos chineses antigos quanto à explosão de uma supernova….algo raro). Se eu não me engano, os próprios números arábicos foram um aprimoramento de um sistema numérico que nasceu na China. Então é tudo muito complexo e cheio de conexões, numa teia infinita….e eu sou assim: gosto de ir a fundo….mas esse seara é tão funda que meu oxigênio vai acabar e eu vou morrer sufocado….rs

        Por fim, quanto à nossa União Soviética e os avanços educacionais dos vermelhos, temos a lamentar os desvios doentios de um Stalin, após a morte prematura de Lênin. Talvez tudo tivesse sido muito diferente com ele vivo. Em tudo que o homem põe a mão ele estraga. É um inferno. Aliás, não precisamos ter medo de diabinhos e fogo eterno. O inferno é aqui. Welcome to Hell!!

        A verdade é que eu estou indignado com a existência humana. Acho uma grande sacanagem, com o perdão do termo. Não acredito mais em Deus e posso ser assassinado ou atropelado a qualquer momento ao sair da rua, como muitos por aí. Num instante podemos ser esmagados como formigas. Não acredito em vidas passsadas ou futuras, reencarnação ou qualquer outra doutrina. Costumo brincar dizendo que, se alguém me convencer da necessidade do sofrimento de uma criança inocente, ou da existência do mal, eu embarco na doutrina. Pode ser até na macumba. Viro macumbeiro, mas o fato é que até hoje nada me convenceu. Aceito a morte pois tudo nasce e morre. Mas o sofrimento não aceito. A maldade e a injustiça para com os indefesos e inocentes, jamais! Um soldado que vai para a guerra, vai preparado. Uma criança não.

        Escrevi para o Papa….rs….ele, assim como a Rainha, não aceitam e-mails. Só cartinha. Filtro, né? Na verdade mandei e-mails para vários líderes, só para perturbar. Ninguém respondeu. Um apelo ingênuo mas necessário. Convoquei o Papa como Estadista, não como teólogo. Aliás, disse a ele que não acredito em Deus, mas sim na responsabilidade de cada um para com o sofrimento do próximo. Eu disse que podemos perfeitamente viver sem o Velho Testamento e sem as cartas de Paulo. Mas sem o evangelho de Jesus não (e pouco importa se o Cristo existiu de fato ou não, o que vale é a mensagem que, alías, pode bem ter vindo dos Budistas…) pois é simples, perfeito, agradável e suficiente. Ponto. O Vaticano me respondeu 3 meses depois. Legal, né? Mas não foi Dom Bergoglio. Foi um Monsenhor….sabe o sobrenome dele? Borgia…kkkk…isso mesmo Doutora Anna….Borgia. Aff…

        Enfim, vamos em frente!

        Obrigado por me ouvir e estou à disposição em Brasília para qualquer coisa que eu puder ser útil, ok? Grande abraço!

        Júlio Bessa

      • Bom, que mais posso dizer? Espero que você consiga os objetivos desejados com essa nova graduação 🙂 E sempre que quiser um dedinho de prosa, estamos aqui. Sobre a questão das visões historiográficas discordantes, toda área de conhecimento das Ciências Humanas tem mais de uma interpretação para manter debates e conhecer melhor os objetos de pesquisa. Esperar uma resposta definitiva em qualquer assunto é um pouco ingênuo porque as matrizes do pensamento humano estão em formação desde sempre e a cada salto filosófico ou intelectual mudam as percepções sobre o presente e o passado. E é isso que nos mantém vivos 🙂 Senão ainda pensaríamos como os sacerdores sumérios 😀 Grande abraço!!

  5. Olá, professora. Sempre que posso estou acompanhando suas aulas. A senhora poderia falar sobre o conceito de práticas e representações em Roger Chartier? Fico Grata.

    Kamila

    • Oi Kamila, obrigada pela sugestão, vou anotar mas não prometo nada para breve porque estou dando preferência a temas ligados a História do Brasil. Um abraço 🙂

  6. Prezada Professora Anna,

    O meu primeiro contato com as aulas da senhora ocorreu através do youtube, quando eu procurava, por curiosidade própria, algo sólido sobre a Joana Darc.
    Por coincidência, eu me identifiquei muito com a apresentação que a senhora realiza a respeito da história e, sem se distanciar da crítica história (aspecto importante) não menospreza fatos históricos, documentários e fontes.
    Acabei assistindo, assim, quase que uns 15 vídeos da senhora em um só dia de tanto que gostei. Praticamente fiquei viciada no seu canal especialmente porque atualmente, eu faço Doutorado em Direito Previdenciário, na Puc-sp e, minha ideia é trazer no meu trabalho uma interpretação história sobre o Direito. As suas aulas me trouxeram muita inspiração.

    O lado ruim é que, agora, todo tema histórico que me deparo, seja um documentário, um filme ou mesmo um artigo que escrevo, eu sinto falta de saber qual seria a abordagem da professora.
    Admiro muito a iniciativa da professora em colocar a disposição um grande números de vídeo aulas e, sem querer abusar da gentileza e senso de comunidade manifestamente demonstrado pela professora, gostaria de pedir licença para fazer um pedido: quando for possível eu gostaria de assistir uma vídeo aula da senhora sobre o processo da Revolução Francesa. Imagino que um tema desses talvez requeira mais de um vídeo, mas eu acredito que os fãs da professora (como eu) ficarão extremamente felizes em assistir.

    Explico a minha curiosidade: eu assisti recentemente (apesar de já ser um pouco velho) o filme “Danton”, com o Gerard Depardieu, onde eles abordam um dos períodos revolucionários que ainda não me é muito claro, pois os livros didáticos abordam mais a queda da bastilha, a rivalidade entre jacobinos e girondinos e o que chamam de “período do terror”. Eu necessito urgente fazer uma releitura dessa minha vaga visão sobre esse período importante da história, pois estou me sentindo incompleta nesse ponto.

    Muito obrigada por excelente oportunidade que oferece em compartilhar suas pesquisas, orientação e conhecimento.

    Grande Abraço.
    Rebeca Alves de Souza Garcia

    • Oi Rebeca, agradeço muito sua mensagem. 🙂 A sua sugestão é pertinente, mas não posso prometer o vídeo para breve porque estou com algumas dificuldades pessoais para resolver. Sobre o filme Danton eu gostaria de fazer um aparte. É um belo filme, mas não é acurado historicamente. É um filme de 1983, de antes da derrocada dos regimes do leste europeu e o diretor Andrzej Wajda, sendo polonês e estando sob censura, usou um tema da Revolução Francesa para recontar um episódio da política polonesa. Esse é um filme que foi execrado pelos historiadores e políticos franceses por não retratar adequadamente nem Danton e nem Robespierre. Eu o considero um belíssimo filme do ponto de vista da ciência política e do modo como retrata o recrudescimento de qualquer processo revolucionário, mas não é uma boa fonte para estudar a Revolução Francesa. Esse é um problema recorrente com filmes, porque os diretores usam “licenças” narrativas para incluir problemas de sua própria época nas questões do passado. Na historiografia francesa existem dois clássicos sobre Revolução, que se opõem no diálogo historiográfico: Michel Vovelle (ele tem vários livros sobre o tema e o mais conhecido é A revolução francesa) e François Furet (também com uma série de livros sobre o tema). Vovelle tem uma interpretação modernista e Furet desconstrói a narrativa e considera a Revolução um mito. A disputa entre os dois é muito interessante para quem estuda Teoria da História também, além da própria Revolução. Existe também George Rudé, que escreveu “A multidão na História”, que é um livro que trata dos motins populares e propõe algumas questões sobre o processo revolucionário. Se você se interessa pelo tema, esses são autores importantes. Sobre os mais modernos, eu não tenho muita intimidade porque estou fora dos meios acadêmicos há mais de uma década. Se você precisar debater suas dúvidas, fique à vontade 🙂 Um abraço!!

  7. Olá, Professora Anna!
    Escrevo para lhe parabenizar pelo desprendimento e carinho com que prepara e apresenta as aulas pelo YouTube.
    É absolutamente perceptível seu prazer pelo conhecimento e sua satisfação em transmiti-lo. Em um mundo tão carente de gestos desta natureza, vc merece todo o nosso reconhecimento.
    Sou da área jurídica e concursado, mas gosto muito das ciências humanas em geral, notadamente filosofia e história.
    Seus vídeos e indicações de livros me incentivam fortemente a perseguir nos estudos. Tenho vontade de ingressar em uma pós-graduação em uma das áreas, vamos ver.
    Não tenho FB e procurei esse contato para lhe dizer simplesmente MUITO OBRIGADO!
    paulo

      • Professora Anna, dentre os excelentes vídeos publicados, tenho assistido a alguns sobre teoria e filosofia da história. A forma de evitar resenhas e trazer uma abordagem inicial e convidativa à reflexão (e à leitura efetiva das obras) é digna de nota e realmente desperta o interesse. Dentre as obras que tenho pesquisado (e adquirido), estão algumas de José Carlos Reis, da UFMG. Uma delas achei bem interessante: História da consciência histórica ocidental contemporânea: Hegel, Nietzsche e Ricoeur. Se possível (não sei como estão os inúmeros pedidos de vídeos, não há pressa alguma), poderia trabalhar esses pensadores na teoria e filosofia historicas e, se possível, a visão do referido autor sobre o tema?
        Agradeço de antemão!

  8. Professora, boa noite,

    Primeiramente, Fora Temer!

    Tento acompanhado seu excelente trabalho no youtube e gostaria de parabenizá-la pelas iniciativa, que só faz aumentar a vontade de graduar-me em História.

    Tenho pesquisado as faculdades que ofertam esse curso aqui em Fortaleza e o encontrei na UFC, a UECE (que está à cinco meses em greve), o IDJ (particular) e a Estácio (particular e ainda por cima à distância).

    Perdi o ENEM. Pra esse ano me restaram apenas as particulares.

    Vale a pena pena fazer esse curso à distância? Se sim, existem outras opções Brasil afora? Ou melhor seria mesmo esperar o ENEM do ano que vem para fazer o curso numa universidade pública, mesmo correndo risco das constantes greves? Ou seria melhor fazer no IDJ, particular, mas presencial, mesmo desconfiando da qualidade do curso?

    Aguardo retorno e desde já agradeço.

    • Bom dia Lúcio 🙂 Como você mesmo disse, primeiramente FORA, TEMER. 🙂 Bem-vindo ao barco dos estudiosos da História 🙂 Se você tiver disponibilidade, a melhor opção é esperar o próximo ENEM e cursar uma universidade pública. Mesmo com as greves e todos os acidentes de percalço, o ensino público tem maior rigor acadêmico e possibilidades de continuidade da carreira. As faculdades particulares preparam apenas para a licenciatura e não oferecem a possibilidade de extensão e pesquisa. O ensino a distância ainda está muito precário e é uma modalidade muito solitária. Não só não oferece as possibilidades de interação humana presentes na universidade, como também nega ao aluno a possibilidade de diálogo com o professor, que é uma experiência fundamental de aprendizado. Explore os sites das universidades públicas de sua cidade, veja a grade curricular e as propostas dos cursos e escolha a que mais se sentir identificado. Se houver a opção de visitar o local e conversar com algum aluno ou professor para tirar dúvidas, sempre é bom. A escolha de um curso superior é importantíssima e precisa ser feita sem afobação, considerando os mais variados aspectos envolvidos. Quem sabe esse período de espera você possa utilizar se preparando melhor. 🙂 Boa sorte, espero que você passe e siga em frente com a carreira. 🙂

  9. O que escrever para a professora Anna Gicelle? Há dias venho pensando nisso. Conheci seu trabalho pelo YouTube, também sou apaixonado e entusiasta das novas tecnologias. Parabéns pelo trabalho antes de tudo. Ficou-me uma curiosidade: porque você (permita-me chamá-la assim) não prosseguiu na carreira docente e também tem publicado pouco em termos de artigos em periódicos e livros (vi pelo Lattes)? Sou da área da Linguistica e Comunicação, mas aprecio muito história. Estudo Análise do Discurso. Tem algum contato com essa disciplina? Abraços

    • Bom dia, Danilo 🙂 Obrigada por sua mensagem 🙂 A minha história é similar à de muitos dos meus contemporâneos na universidade. Tivemos uma boa formação, que ocorreu em uma época em que quase não foram abertos concursos públicos para professores nas universidades federais e estaduais. Um conjunto de circunstâncias, desde o famigerado governo FHC até a faixa etária dos nossos professores, fez com que poucos tivessem a possibilidade de fixar-se nas universidades públicas. E esse não foi o meu caso. Eu lecionei por uma década em instituições particulares de segunda linha (o que impediu que eu tivesse acesso a continuar publicando em revistas científicas) e fui demitida há nove anos, quando o mercado ficou saturado de profissionais com menos titulação e as instituições passaram a cortar custos. Entre 2005 e 2008, aqui no estado de São Paulo, houve demissões em massa de professores doutores nas PUC’s, na UNIMEP e nas faculdades de segunda linha e algumas centenas de professores tivemos que nos reinventar. Eu perdi meu lugar nesse mercado para pessoas mais jovens e com menos títulos. Prestei alguns concursos ultimamente, mas essa lacuna no meu Lattes e o tempo que levo afastada já cobraram seu preço e me tornaram “carta fora do baralho”. É esta minha atividade na internet que me impede de focar amargurada com essa situação. 🙂 Com relação à sua outra pergunta, conheço muito pouco da parte teórica da Análise do Discurso. Mas na prática, análise e desconstrução é o que mais nós historiadores fazemos. 🙂
      Um grande abraço! 🙂

      • Mas hoje você tem alguma outra atividade profissional, além do trabalho com as redes sociais? Sinto tudo isso na pele que você disse. Fora que há muitas cartas marcadas nos concursos.

      • É, você tem razão na questão dos concursos. Eu não tenho atividades remuneradas já há algum tempo. Fui dedicando-me às tarefas domésticas, que antes eu tocava do jeito que dava e minha família me apoiou muito nesta adaptação à realidade dos mercados. Tenho sorte de ter esse apoio e de ter contribuído para a renda familiar por tanto tempo, que agora posso desacelerar sem que me seja cobrado o essencial para a sobrevivência. Quando me aposentar, vou ter que viver com pouco, mas isso já era previsível 🙂

      • Anna, te admiro ainda mais. Acredito que vier com pouco é luxo de poucos. Hoje há um impulso do capitalismo para podermos comprar, gastar, dar ao luxo de todos os prazeres possíveis, quando na verdade precisamos de bem pouco para viver. Precisamos de um pouco de comida e água por dia, algumas condições higiênico-sanitárias, um lugar pra dormir e algumas roupas já que nossa sociedade não é nudista ou naturista. Fora isso, o resto é supérfluo. Estou fazendo Doutorando mas venho pensando muito nessas questões da docência. Até porque amo a minha pequena cidade, não quero deixá-la e já tenho um emprego (público inclusive) mas na área técnica. E que bom que você cuida da casa e pode se dedicar ao trabalho com blog, canal e ainda pode fazer suas leituras com uma suposta calma a mais, pois a vida de uma casa é muito corrida! Abraços continuarei lhe seguindo e fazendo comentários.

  10. Anna boa noite,
    Estou ensaiando escrever há um tempo… venho acompanhando seus vídeos com certo gosto por conta de proximidades teóricas que ambos (você e eu) pensamos a História… contudo, o que me motivou mesmo a escrever estas linhas foi o conteúdo de três vídeos que assisti.
    E o motivo não é nem por conta de dúvidas, sugestões, ou pedidos; é mais saudosismo mesmo. Fui o último orientando do mestrado do prof. Amaral Lapa, onde ele me orientou na pesquisa sobre os judeus em Campinas. Fui muito amigo do Chico “manco”, aluno da Mirza e amigo de Ângelo…. só não nos cruzamos por fração de segundos do pretérito.
    Deixo meu email aqui… respondendo o emial, continuamos a conversa.
    ariel.elias@hotmail.com
    ps: seus vídeos são muito bons… e as entrevistas na rádio, melhores ainda…

  11. Professora, bom dia.

    Sou aluno de graduação em História pela UFRGS e comecei a acompanhar os seus vídeos tem uma semana. Gostaria de te passar meus sinceros sentimentos de alguém que admira pessoas como a senhora: pessoas que auxiliam e estimulam o aprendizado de forma humilde, apaixonada e sincera.
    Deixo registrado, portanto, meu apreço tanto pela sua iniciativa em compartilhar seu conhecimento através dos veículos sociais, quanto por estimular reflexões que vão muito além de qualquer formação acadêmica, contribuindo para nossa formação humana. Sua atitude não é mera gota positiva em um oceano de problemáticas e desânimos: ela é um horizonte estimulador e belo, capaz de fomentar sensações de mudança nas pessoas.

    Um forte abraço, e um belo 2017 para a senhora.

    Cristian Bianchini de Athayde.

  12. Boa noite​ Professora.
    Estou cursando o mestrado em História Social pela PUCSP, enfrentando muitas dificuldades, sobretudo, pela minha graduação deficitária.
    Na última semana, em uma aula da disciplina “Cultura e Representação”, estamos discutindo um texto do Pierre Nora a respeito da memória… Resgatando até algumas questões em relação ao livro do Maurice Halbwachs (Memória Coletiva), eu fiz uma fala apontando para a memória coletiva como um “campo de disputas”. A Professora da respectiva disciplina não concordou comigo, dizendo que pelo contrário, a memória é um campo de convergências.
    Fiquei um tanto confuso…Nesse sentido, gostaria, se possível, que vc pudesse iluminar um pouco essa questão.
    Desde já agradeço pela sua atenção, gostaria de dizer também, que sou um assíduo “telespectador” do Cantinho.

    • Oi Bruno, obrigada por sua mensagem 🙂 Você pegou uma questão bem espinhosa porque a memória é um campo de estudos que varia conforme a área de abordagem. Da História à Psicanálise, da Sociologia à Filosofia, cada área entende a memória de maneiras diferentes e existe (no campo histórico) uma disputa imensa pela construção da memória. Você pode ver isso na impossibilidade de conciliação entre a memória de torturadores e torturados durante o período da ditadura aqui no Brasil. 🙂 Eu creio que um livro que pode ajudar você é Memória do mal, tentação do bem – de Tzvetan Todorov. Quando eu li me ajudou muito a pensar essas questões da memória viva, dos testemunhos e das narrativas. 🙂

  13. Adorei esse blog. Leitura inteligente. Um alívio em tempos te tudo tão obscuro. Parabéns. Qual o nome seu professora? Abraço. Verônica Dantas.

    • Bom dia 🙂 Eu não mantenho muitas informações pessoais porque gosto de ver se as pessoas tem a capacidade de garimpar 🙂 Na seção Meus Vídeos coloquei mais de uma centena de episódios do meu projeto Cantinho da História e do novo Ponderações, que estão no meu canal Anna Gicelle Garcia Alaniz no YouTube. Nos episódios do Cantinho eu dou a minha titulação na abertura, mas quem segue os textos críticos do blog vai sabendo bastante da minha trajetória. Sempre há o recurso ao Google e ao Lattes para descobrir mais. 🙂

  14. Boa tarde, professora!
    Eu queria saber se existe a possibilidade de você falar sobre o livro de Joseh Fontana “Analise da História e projeto para o Futuro”.
    Sou apaixonada pelo seu trabalho, seus videos me ajudam bastante.
    beijos

    • Obrigada por seu comentário 🙂 Meu orçamento para aquisição de novos livros está muito restrito neste momento, por isso não posso prometer um vídeo para um futuro imediato, Fontana é um autor que despertou minha curiosidade e que eu não tive conhecimento durante meu período universitário, por isso ainda pretendo lê-lo. Um abraço 🙂

  15. Olá, professora Ana, como vai? Passei aqui para elogiar seu trabalho em “Ponderações”, gostaria muito que o tipo de conversa levantado nas suas gravações fosse corrente no meu dia-a-dia, mas, infelizmente, seu material é um oásis no deserto da minha realidade ordinária. Aproveito também para lhe desejar sucesso na nova empreitada no seu canal do YouTube, estou aguardando ansiosamente pelas discussões dos seus autores favoritos. Espero que tenha um espacinho para Le Goff nesse projeto.

    Um grande abraço do seu autoproclamado pupilo, Júlio.

  16. Olá Profa. Anna. Escrevo para indagar a possibilidade de consultar sua tese de doutorado sobre o médico Dr Ricardo Gumbleton Daunt. Estou realizando uma pesquisa genealógica sobre a família e suas ramificações e seu trabalho se apresenta como indispensável para entender esta figura e a vida política de Campinas na segunda metade do século XIX. Por não estar em São Paulo me torna difícil a consulta na USP. Haveria a possibilidade de consulta da tese em formato digital? Agradeço desde já sua atenção. Atenciosamente,Prof. Gabriel Silvestre

    • Bom dia 🙂 Vou procurar para você e entro em contato durante a semana, acredito que em algum lugar nos meus arquivos existe uma cópia em pdf. Se não tiver, aí podemos pensar em alguma outra opção. 🙂

  17. Olá, professora, tudo bem?
    Primeiramente, gostaria de parabenizá-la pela qualidade intelectual que seus vídeos são produzidos.
    Gostaria, também, de solicitar que a senhora fizesse um vídeo analisando criticamente os escritos e do historiador Yuval Harari, pois os livros dele tem alcançado um grande público e é pertinente que pensemos atualmente nos avanços e possíveis retrocessos que isso causa, dentro de uma perspectiva histórica.
    Abraços!

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